Caro eleitor ou eleitora, se você pretende votar em todos os cargos em disputa nas eleições de 2 de outubro, prepare-se, tenha paciência e leve sua “cola”, pois será relativamente complicado exercer seu direito ou cumprir sua obrigação eleitoral.
Você deverá digitar até 16 números e teclar “confirma” 5 vezes, ou seja, escolha primeiro o seu candidato a deputado federal (4 dígitos). Logo depois, vote para deputado estadual ou distrital (5 dígitos). A partir daí, serão os candidatos majoritários que você escolherá: senador (3 dígitos), governador (2 dígitos) e presidente da República (2 dígitos).
Neste primeiro turno, você será um dos 156.454.011 eleitores e eleitoras aptos, com direito (no caso dos facultativos: jovens de 16 e 17 anos, maiores de 70 anos e analfabetos) ou obrigados (no caso dos demais) a comparecer às mais de 496 mil zonas eleitorais em 5.570 municípios brasileiros e 181 cidades no exterior.
Saiba também que o sexo feminino segue maioria na população e no eleitorado, apesar de ser minoria nas candidaturas e nos cargos: são 82,3 milhões de eleitoras (52,65%) e 74 milhões de eleitores (47,33%).”
Fora do País, podendo sufragar somente o presidente, há mais eleitores (697 mil) do que em Roraima (348.839), Amapá (529.240) ou Acre (560.016).
Lisboa e Miami disputam a liderança do eleitorado no exterior, mas há brasileiros aptos em dezenas de outras cidades e países. EUA, Portugal, Japão e Reino Unido concentram a maioria.
Cá na terrinha, esteja você no menor colégio eleitoral, a cidade de Borá, no interior de SP, com 1.040 eleitores, quase 500 km distante da capital paulista, que é o maior colégio eleitoral do País, com mais de 9,3 milhões de eleitores, você pode escolher entre os mais de 28 mil candidatos.
Há candidaturas para todos os gostos e das mais diversas origens, fortunas e credos: professores, advogados, empresários, jornalistas, agricultores e agropecuaristas, sindicalistas, religiosos, policiais, celebridades, indígenas, etc. Há até candidatos que identificaram sua atividade como salva-vidas, controlador do tráfego aéreo e bailarino.
Seja da extrema direita à extrema esquerda, passando por centro-direita e centro-esquerda, o leque de opções é variado, podendo o seu candidato estar numa das 3 federações partidárias (PT, PV, PCdoB; Cidadania, PSDB, MDB e Podemos; e Rede e PSol) ou nos 25 outros partidos políticos registrados no Brasil.
Mas, independentemente deste cipoal de eleitores, cargos, candidatos e partidos, você terá na mão ou no seu celular a arma (literalmente, o título de eleitor — não confunda!) para mudar o Brasil, elegendo 1 presidente da República, 27 governadores de estado e do DF (Distrito Federal), 27 senadores, 513 deputados federais, 1.035 deputados estaduais e 24 deputados distritais (DF).”
Fique atento ao que prometem os candidatos na campanha eleitoral, no rádio, na TV, nas redes sociais, no “santinho” entregue de mão em mão na rua, no ônibus, no mercado, na feira. Conheça a biografia deles, a vida pregressa e os compromissos com a sociedade e com os cidadãos. Vote consciente e convicto, pois os 16 dígitos que você teclar na urna podem mudar o Brasil. Ou não.
CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADE
A responsabilidade do ato de governar e, inclusive, de ser governado envolve razão, ética, honestidade, moralidade, probidade e inúmeras outras características, as quais também integram o que se entende por responsabilidade eleitoral que, por sua vez, envolve deveres, regras, sanções e restrições atinentes ao Direito Eleitoral.
Afinal, é possível dizer que por meio da responsabilidade eleitoral não só o eleitor garante o seu direito de ser tratado com respeito, mas toda a Justiça Eleitoral se beneficia já que agir responsavelmente é dever de todos, sejam juízes, cidadãos, políticos, candidatos, servidores ou partidos políticos.”
Ninguém foge dos deveres de ser transparente nas ações de gestão e prestação de contas, de participar de forma honrosa da política, de ser responsável pelos atos praticados, de tomar decisões justas e de zelar pelo regime democrático.
Vilson Antonio Romero é Jornalista, auditor fiscal, conselheiro da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e vice-presidente da ARI (Associação Riograndense de Imprensa).